23 de novembro de 2024 19:44

Trump diz que Elon Musk precisa ser protegido. Má notícia para o STF

Até que ponto irá a proteção a Elon Musk? Bastante longe e misturando alhos e bugalhos, a julgar pelo que disse o vice de Donald Trump

Elon Musk e Donald Trump, em anúncio da live feita durante a campanha presidencial americana -- Metrópoles

Elon Musk é o novo querido de Donald Trump, e essa não é uma boa notícia para o STF e, por extensão, para o governo Lula.

Além de querer dar um cargo oficial de recompensa ao seu mais generoso e poderoso cabo eleitoral, o de cortador de custos na máquina federal, o presidente eleito dos Estados Unidos o ouve para quase tudo.

Há poucos dias, Donald Trump incluiu Elon Musk, cuja Starlink ajuda a Ucrânia na guerra contra o invasor russo, em uma reunião telefônica com o presidente Volodymyr Zelensky, da qual ninguém sabe o teor.

Na mais recente fotografia da família Trump, feita depois da vitória eleitoral, Melania não aparece, mas lá está o dono da Tesla, da Starlink e do X. A imagem ilustra a declaração de amor que Donald Trump fez no seu primeiro discurso como presidente eleito.

Ele disse que Elon Musk é a “nova estrela” do Partido Republicano. “Ele e um gênio. Ele é um sujeito especial, um super gênio. Nós temos que proteger os nossos gênios. Não temos muitos deles. Nós temos que proteger os nossos super gênios”, acrescentou Donald Trump.

“O que a América deveria estar dizendo é que, se a Otan quer que continuemos a apoiá-la, e a Otan quer que continuemos a ser bons integrantes dessa aliança militar, por que não respeitar os valores americanos, respeitando a liberdade de expressão? Desculpe, mas é uma loucura que apoiemos uma aliança militar, se essa aliança militar não é a favor da liberdade de expressão. Pode-se ter os dois. Temos de dizer que o poder americano vem junto com certas amarras. Uma delas é respeitar a liberdade de expressão, em especial da parte dos nossos aliados europeus.”

A União Europeia quer que o X de Elon Musk se enquadre na nova legislação que rege o funcionamento das redes sociais nos países do bloco — aquela que o STF e o PT apontam como modelo para regulá-las no Brasil. Ou seja, que modere conteúdos associados aos chamados “discurso de ódio” e “desinformação” e, se publicados, que os retire do ar a mando das autoridades, sem qualquer discussão.

Como o libertário Elon Musk se recusa a cumprir a legislação por considerá-la censura oficial, os burocratas de Bruxelas ameaçam fazer o mesmo que fez o STF: multar o X e, se necessário, pegar o dinheiro da multa no caixa de outras empresas de Elon Musk presentes na União Europeia. Há quem fale até em banir a rede social, em caso de desobediência.

Repita-se a pergunta para o Brasil: o STF repetiria a dose aplicada ao X do protegé de Donald Trump? O governo Lula ficaria ao lado do STF? Antes que se vista verde e amarelo e se cante o Hino Nacional, é bom refletir se vale a pena no bolso dos exportadores brasileiros. Talvez o melhor seja apenas enfrentar o ressentimento que Elon Musk pode tirar da geladeira.

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