25 de dezembro de 2024 14:07

O que torna as mulheres mais vulneráveis ao Alzheimer?

Imagem: Internet

Por Terra Brasil

Dois estudos recentes da Universidade de Chicago trouxeram à tona insights fascinantes sobre por que o Alzheimer atinge mais mulheres do que homens. A pesquisa focou em explorar as diferenças na manifestação de sintomas entre os sexos, concentrando-se especialmente no impacto do estrogênio na formação de placas amiloides e na inflamação cerebral.

O estrogênio, conhecido como o principal hormônio reprodutivo feminino, desempenha um papel crucial na regulação do ciclo menstrual e na fertilidade das mulheres. No entanto, sua influência vai além dessas funções, afetando também a saúde cerebral e, potencialmente, a vulnerabilidade ao Alzheimer.

O Estrogênio e a Formação de Placas Amilóides

Em uma série de experimentos conduzidos em ratos, os cientistas observaram que a remoção da produção de estrogênio nas ratinhas resultou em uma diminuição significativa na quantidade de placas amiloides no cérebro. Esses depósitos de proteína são uma característica marcante do Alzheimer e estão associados à degeneração neural.

Como a Supressão do Estrogênio Afeta o Alzheimer?

Além disso, os pesquisadores descobriram que ao estimular os animais para desenvolver uma condição semelhante ao Alzheimer e administrar antibióticos que alteravam a microbiota intestinal, os níveis de estrogênio aumentavam. Isso sugere uma conexão complexa entre o hormônio e a microbiota, afetando a deposição de placas amiloides.

Impactos do Estrogênio

“Percebemos que os níveis de estrogênio têm um impacto direto na deposição de amiloides. Quando removemos a fonte hormonal em fases iniciais, as placas praticamente desaparecem. É realmente impressionante”, comentou o neurobiólogo Sangram Sisodia, um dos autores do estudo.

Quais São os Sinais e Sintomas do Alzheimer?

O Alzheimer se manifesta por meio de diversos sinais e sintomas que variam em intensidade e progressão. Aqui estão alguns dos mais comuns:
  • Perda de memória recente: Esquecer eventos ou informações recentes.
  • Dificuldade em realizar tarefas cotidianas: Coisas simples como fazer uma xícara de café podem se tornar desafiadoras.
  • Confusão mental: Desorientação e dificuldade em seguir conversas.
  • Desorientação em relação a tempo e lugar: Esquecer onde está ou que dia é.
  • Alterações de humor e personalidade: Mudanças drásticas no comportamento e emoções.
  • Dificuldade em tomar decisões e seguir instruções: Mesmo as mais simples se tornam confusas.
  • Problemas de linguagem: Dificuldade em encontrar palavras apropriadas.
  • Perda de interesse em atividades: Hobbies que antes eram apreciados podem ser abandonados.

O Que Leva Alguém a Ter Alzheimer?

A origem do Alzheimer é complexa e envolve uma interação de múltiplos fatores. Aqui estão alguns dos principais contribuintes:

  1. Predisposição genética: Ter um histórico familiar aumenta significativamente o risco.
  2. Envelhecimento: O risco aumenta com a idade.
  3. Lesões cerebrais: Concussões repetidas podem contribuir.
  4. Estilo de vida: Dieta inadequada, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool são fatores de risco.
  5. Condições médicas: Pressão alta, diabetes, obesidade e doenças cardíacas estão associadas a um risco maior.
  6. Inflamação crônica no cérebro: Infecções crônicas e doenças autoimunes podem aumentar a predisposição.
  7. Exposição a toxinas: Metais pesados e produtos químicos tóxicos são suspeitos de aumentar o risco.
  8. Saúde mental: Estresse crônico, depressão e isolamento social podem contribuir para o desenvolvimento do Alzheimer.

Novas Perspectivas para o Tratamento do Alzheimer

Em um segundo estudo publicado na revista Molecular Neurodegeneration em 17 de fevereiro, os pesquisadores examinaram os efeitos de um novo medicamento, a droga GV-971, na formação de depósitos amiloides e na neuroinflamação. Curiosamente, a medicação mostrou redução dos depósitos de proteína beta amiloide e alterações no microbioma, mas esses efeitos foram observados apenas em animais do sexo masculino.

Essa descoberta indica que existem influências específicas nas fêmeas que afetam os marcadores biológicos da doença. Devido à impraticabilidade de suprimir o estrogênio como um tratamento viável, os pesquisadores estão buscando ampliar sua investigação para identificar abordagens mais eficazes ou para revisar os métodos existentes no tratamento do Alzheimer.

Assim, o avanço da ciência na compreensão do Alzheimer entre diferentes sexos abre novas portas para possíveis tratamentos e prevenção da doença. O estrogênio e seu impacto na saúde cerebral continuam sendo áreas de grande interesse e potencial para futuras pesquisas.

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