24 de outubro de 2024 01:28

Maduro acusa seu principal adversário político de tramar golpe de Estado

Foto: Reprodução.

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, que busca um terceiro mandato, acusou nesta sexta-feira seu principal adversário nas eleições, Edmundo González, de planejar um golpe de Estado após recusar-se a assinar um acordo proposto pelo chavismo para respeitar os resultados eleitorais. As informações são de O Globo.

— Ontem assinamos um acordo pela paz na Venezuela, pelo respeito aos resultados eleitorais, pelo respeito ao árbitro, de 10 candidatos assinamos oito — afirmou Maduro a seus apoiadores em um comício em Maturin, no leste do país. — Por que você acha que eles não assinaram o acordo para respeitar o CNE e os resultados? Porque eles pretendem gritar fraude, porque pretendem dar (…) o golpe de Estado.

Maduro referiu-se a González, candidato da principal coalizão de oposição, a Plataforma Unitária, após a desqualificação da líder Maria Corina Machado, que venceu as primárias da oposição em outubro passado. González, um diplomata de 74 anos, chamou o acordo assinado no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), pró-governo, de “imposição unilateral”.

Segundo González, o reconhecimento dos resultados já estava previsto no acordo assinado em 2023 entre governo e oposição em Barbados, mediado pela Noruega e com participação dos Estados Unidos.

Outro candidato que não assinou foi Enrique Márquez, ex-diretor do CNE e agora candidato independente, visto como uma opção “reserva” caso González seja retirado da disputa em meio à perseguição que levou à prisão de 38 ativistas, segundo a oposição. Nesta sexta, 10 prefeitos da oposição foram inabilitados politicamente por 15 anos após apoiarem González.

Márquez afirmou que o acordo “foi proposto pelo presidente Maduro. Não é uma ideia original do Sr. (Elvis) Amoroso (presidente do CNE), é um documento produzido por Miraflores, unilateral e sem consulta”.

Maduro criticou os dois candidatos por não assinarem o documento, que foi proposto por vários líderes pró-Chávez, incluindo ele próprio.

— Por que eu assinei? Porque se eu assinei, tenho que respeitar o árbitro. Em segundo lugar, porque quero paz e o melhor para a Venezuela, e em terceiro lugar, mas não conte a ninguém, porque sei que vamos ganhar com uma vitória esmagadora, por nocaute — disse ele a seus partidários na quinta-feira.

Além de Maduro, os únicos que assinaram foram sete candidatos sem expressividade nas pesquisas, acusados pela oposição de serem colaboradores do governo.

Embora a campanha eleitoral tenha começado oficialmente em 4 de julho, tanto Maduro quanto María Corina — principal figura da mobilização da oposição — têm realizado comícios em todo o país há meses.

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