Foto: Dalibor Despotovic/Getty Images.
Um estudo feito por nutricionistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que consumir carne vermelha pode aumentar o risco de ter diabetes tipo 2. Segundo a prestigiada universidade americana, ingerir mais que 70 g do alimento por dia, duas vezes na semana, pode aumentar as chances de ter a doença.
De acordo com o estudo publicado nesta quinta-feira (19/10) no The American Journal of Clinical Nutrition, o risco de ter diabetes aumenta de maneira proporcional à quantidade de carne consumida.
“Nossas descobertas apoiam fortemente as diretrizes dietéticas que recomendam limitar o consumo de carne vermelha, e isso se aplica tanto à opção processada quanto à não processada”, afirma o nutrólogo Xiao Gu, autor principal do artigo, em entrevista ao site da universidade.
Os nutricionistas alertam há anos que o consumo de carnes processadas, aquelas que são modificadas por processos de conservação (como carne seca e hambúrgueres industrializados, por exemplo), têm uma conexão com o aumento de casos de diabetes. Segundo o novo estudo, porém, mesmo produtos frescos aumentam o risco.
Metodologia
Para este estudo, os pesquisadores analisaram dados de saúde de 216.695 voluntários. A dieta foi avaliada com questionários de frequência alimentar a cada dois ou quatro anos, por até 36 anos. Durante este período, mais de 22 mil participantes desenvolveram diabetes tipo 2.
Os voluntários que comeram mais de 70 g de carne vermelha duas vezes na semana tiveram um risco 62% maior de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com quem esteve abaixo deste recorte. Cada porção diária adicional foi associada a um risco 24% maior, enquanto cada dose extra das opções processadas aumentou em 46% as chances de ter a doença.
Os pesquisadores também estimaram os efeitos potenciais da substituição de uma porção diária de carne vermelha por outra fonte de proteína. Eles descobriram que substituir uma porção por nozes e legumes pode diminuir até 20% das chances de desenvolver diabetes tipo 2, e a troca por uma porção de laticínios estava associado a um risco 22% menor.
“Dadas as nossas descobertas e trabalhos anteriores de outros cientistas, estabelecer um limite de cerca de uma porção por semana de carne vermelha seria razoável para pessoas que desejam otimizar a sua saúde e bem-estar”, conclui o epidemiologista e nutricionista Walter Willett, coautor do estudo.
Metrópoles
FONTE: terrabrasilnoticias.com