26 de dezembro de 2024 08:52

Ameaça de PCC e CV leva governo a dar blindados a diretores de prisões

Temor de ataques por parte das facções criminosas CV e PCC motivou o governo a comprar de 206 carros blindados para autoridades prisionais

Governo blindados Viaturas da Polícia Federal

O governo federal comprou 206 veículos blindados destinados a gestores de presídios estaduais e federais, à Força Penitenciária Nacional e à Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável pela aquisição. A justificativa para a compra é o temor pela vida de autoridades que atuam no sistema prisional, especialmente em relação a ameaças do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC) dentro das cadeias brasileiras.

Em questionamento enviado aos estados, todos citaram a preocupação com eventuais atentados contra essas autoridades, planejados pelo crime organizado. “Todas as unidades federativas temem pela vida dos gestores do sistema prisional, gestores estes que enfrentam desafios constantes em relação ao combate ao crime organizado, com destaque para a atuação das facções Comando Vermelho (CV), Primeiro Comando da Capital (PCC), dentre outros”, diz o estudo técnico da licitação.

Foto incluída na licitação apresenta blindagem na área do retrovisor lateral

Imagens mostram reforço da blindagem na região da maçaneta dos veículos
Reforço em aço inox na região do para-brisa
Governo comprou veículos blindados para autoridades do sistema prisional

O tipo de blindagem escolhido foi o de nível III, capaz de resistir a disparos de armas de grosso calibre como os fuzis M16, AR-15, AK-47 e FAL 7.62. “Sabemos que esse tipo de armamento é facilmente encontrado nas mãos de facções criminosas”, diz o edital da compra.

Segundo a Senappen, a exposição dos gestores aumenta o risco de ataques. “As secretarias estaduais de administração prisional desenvolvem, rotineiramente, ações e políticas direcionadas ao recrudescimento do combate às organizações criminosas e à retomada do controle nos estabelecimentos prisionais por todo o país. Por via de consequência, as ações e estratégias adotadas pelas secretarias estaduais no combate à criminalidade organizada colocam em extrema evidência e exposição as principais autoridades do alto escalão atuantes no comando das pastas, que gerem a execução e a política penal”, observou o levantamento.

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