Temor de ataques por parte das facções criminosas CV e PCC motivou o governo a comprar de 206 carros blindados para autoridades prisionais
Em questionamento enviado aos estados, todos citaram a preocupação com eventuais atentados contra essas autoridades, planejados pelo crime organizado. “Todas as unidades federativas temem pela vida dos gestores do sistema prisional, gestores estes que enfrentam desafios constantes em relação ao combate ao crime organizado, com destaque para a atuação das facções Comando Vermelho (CV), Primeiro Comando da Capital (PCC), dentre outros”, diz o estudo técnico da licitação.
O tipo de blindagem escolhido foi o de nível III, capaz de resistir a disparos de armas de grosso calibre como os fuzis M16, AR-15, AK-47 e FAL 7.62. “Sabemos que esse tipo de armamento é facilmente encontrado nas mãos de facções criminosas”, diz o edital da compra.
Segundo a Senappen, a exposição dos gestores aumenta o risco de ataques. “As secretarias estaduais de administração prisional desenvolvem, rotineiramente, ações e políticas direcionadas ao recrudescimento do combate às organizações criminosas e à retomada do controle nos estabelecimentos prisionais por todo o país. Por via de consequência, as ações e estratégias adotadas pelas secretarias estaduais no combate à criminalidade organizada colocam em extrema evidência e exposição as principais autoridades do alto escalão atuantes no comando das pastas, que gerem a execução e a política penal”, observou o levantamento.