Um estudo recente realizado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) revelou que o medicamento antiviral tecovirimat, conhecido como Tpoxx, não conseguiu reduzir os sintomas da mpox causados pela linhagem Clado 1. Esta variante da doença é mais transmissível e letal, causando preocupações significativas entre profissionais de saúde.
Tecovirimat e o Tratamento da Mpox
Com a autorização da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e a aprovação emergencial da Anvisa no Brasil, o tecovirimat foi rapidamente adotado para combate à mpox durante o surto de 2022. A eficácia contra a linhagem Clado 2 gerou expectativas positivas, mas a realidade foi diferente com a linhagem Clado 1.
A mpox, pertencente à mesma família ortopoxvírus da varíola humana, apresentou desafios para os medicamentos existentes. Testes em laboratórios sugeriam eficácia, mas faltavam dados robustos em humanos.
Como Tecovirimat Age Contra o Vírus da Mpox?
O tecovirimat age inibindo proteínas específicas necessárias para a replicação do vírus. É indicado para ser ministrado nos primeiros cinco dias após o surgimento dos sintomas, período em que a carga viral é maior. Frequentemente, o medicamento é utilizado também para tratar complicações após a vacinação contra a varíola.
Quais Foram os Resultados do Estudo com Tecovirimat?
Pacientes com mpox na República Democrática do Congo participaram do estudo, divididos aleatoriamente para receber o tecovirimat ou um placebo. Ambos os grupos apresentaram redução similar nos sintomas.
- Redução na mortalidade da doença foi observada nos participantes do estudo (1,7%) em comparação com a média da população geral (3,6%) na RDC.
- Ausência de eventos adversos graves entre os pacientes tratados com tecovirimat.
- A necessidade de mais estudos para encontrar tratamentos mais eficazes para mpox ficou evidente.
A Resposta da Siga Technologies
A Siga Technologies, responsável pela fabricação do tecovirimat, declarou que houve melhorias notáveis em subconjuntos de pacientes: aqueles que iniciaram o tratamento dentro de sete dias após surgirem os sintomas e aqueles com quadros de doença grave. No entanto, a empresa não divulgou detalhes estatísticos, deixando espaço para dúvidas sobre a significância desses resultados.