A brutal perseguição política não dá trégua na Venezuela. Além dos mortos nas recentes manifestações e dos milhares de detidos, a ditadura de Nicolás Maduro intensificou a repressão ao utilizar suas forças de segurança e grupos paramilitares para ameaçar e intimidar qualquer um que critique o fraude eleitoral ocorrido nas eleições presidenciais de 28 de julho.
O que é a “Operação Tun Tun”?
A advogada venezuelana e diretora do Instituto Casla, Tamara Suju, informou em suas redes sociais que o caso foi denunciado à Corte Penal Internacional (CPI), que já investiga Maduro e a liderança do regime chavista por crimes contra a humanidade na Venezuela. Segundo Suju, a “Operação Tun Tun” é uma referência ao som das batidas na porta, similar às operações nazistas de perseguição.
Desde 29 de julho, quando começaram as manifestações contra o fraude eleitoral, a comunidade internacional tem exigido reiteradamente ao regime de Maduro que cesse a violência e a perseguição contra a oposição política e a sociedade civil. Entretanto, a ditadura prosseguiu com suas ações repressivas.
Quem são os afetados pela repressão na Venezuela?
De acordo com a ONG Foro Penal, que lidera a defesa dos presos políticos na Venezuela, até o sábado haviam sido registrados 1.303 arrestos verificados no contexto das manifestações pós-eleitorais. Desses, 170 são mulheres, 116 adolescentes, 14 indígenas e 16 pessoas com deficiência. Além disso, durante as protestas, houve episódios de violência e vandalismo, resultando em 24 civis mortos, segundo a ONG Provea.
Como a comunidade internacional está reagindo?
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou em comunicado que é urgente que as autoridades venezuelanas ponham fim imediatamente às detenções arbitrárias e à repressão contra membros da oposição e da sociedade civil. Borrell destacou que a crise venezuelana deve ser resolvida através do diálogo, transparência e respeito à soberania e à vontade do povo.
O cenário na Venezuela permanece tenso e a comunidade internacional continua atenta, aguardando ações concretas que respeitem os direitos humanos e a vontade dos cidadãos expressa nas urnas.