Foto: Reprodução/Brenno Carvalho/O Globo.
O ditador venezuelano Nicolás Maduro afirmou na sexta-feira, 9 de agosto de 2024, que pretende conversar com os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, sobre a crise desencadeada após a farsa eleitoral na Venezuela.
Maduro declarou que está pendente uma conversa com os três presidentes e espera que aconteça em breve. O líder venezuelano fez essa declaração após deixar o Supremo Tribunal de Justiça, onde se reuniu com magistrados da Câmara Eleitoral, composta por juízes simpatizantes do chavismo.
Maduro afirmou que uma chamada estava prevista com os presidentes dos três países, mas foi cancelada de última hora devido a problemas de agenda. O ditador ressaltou que, apesar do imprevisto, respeita profundamente os três presidentes e está disponível “ao telefone 24 horas por dia” para falar com os líderes.
O que está provocando a crise na Venezuela?
No comunicado divulgado pelos governos de Brasil, Colômbia e México, os três países voltaram a pedir, sem críticas, pela apresentação das atas eleitorais. Além disso, responderam ao Supremo Tribunal de Justiça venezuelano, que reafirmou a responsabilidade do Conselho Nacional Eleitoral em divulgar as atas, frustrando os planos de Maduro.
Como os outros países estão reagindo?
Os chanceleres também enfatizaram a importância de permitir a verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular. Ademais, reiteraram o apelo aos atores políticos e sociais do país para que exerçam cautela e moderação nas manifestações públicas.
Nota oficial conjunta dos três países
A íntegra da nota divulgada pelos governos de Brasil, Colômbia e México em 8 de agosto de 2024, é a seguinte:
Declaração Conjunta do Brasil, Colômbia e México sobre as eleições na Venezuela
Bogotá, Colômbia, 8 de agosto de 2024
Os chanceleres do Brasil, Colômbia e México, por ordem de seus respectivos presidentes, reuniram-se virtualmente ontem, 7 de agosto de 2024, para continuar a discutir a situação atual na Venezuela.
Consideram fundamental que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) apresente os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, discriminados por posto de votação. Ao tomarem conhecimento do processo iniciado perante o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ) relativo ao processo eleitoral, partem da premissa de que a CNE é o órgão responsável, por mandato legal, pela divulgação transparente dos resultados eleitorais.
Reafirmam a conveniência de permitir a verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular. Além disso, reiteram o apelo aos atores políticos e sociais do país para que exerçam a máxima cautela e moderação nas manifestações e eventos públicos e às forças de segurança do país para garantirem o pleno exercício deste direito democrático dentro dos limites da lei. O respeito pelos Direitos Humanos deve prevalecer em qualquer circunstância.
Manifestando, mais uma vez, o seu respeito pela soberania e vontade do povo venezuelano, anunciam que continuarão com as conversações de alto nível, e sublinham a sua convicção e confiança de que as soluções para a situação atual devem emergir da Venezuela. Nesse sentido, reiteram a disposição de apoiar os esforços de diálogo e de busca de entendimentos que contribuam para a estabilidade política e a democracia no país.