Caros Edmilson da Silva (à esquerda), inocentado pelo DNA nas vítimas de estupro; José Reginaldo dos Santos Neres (à direita), acusado de estuprar as mesmas vítimas após exame genético — Foto: Reprodução/ TV Globo e Polícia Civil
Homem negro preso injustamente por 12 anos, condenado por dez estupros contra mulheres na Grande São Paulo, foi solto nesta quinta-feira (16). Carlos Edmilson da Silva saiu nesta quinta-feira (16) de prisão em Itaí em São Paulo.
Jardineiro por profissão, ele foi libertado por decisão da Justiça após a Polícia Científica identificar o verdadeiro criminoso que estuprou mulheres entre 2010 e 2012 na Grande São Paulo, identificado por José Reginaldo dos Santos Neres que responderá por crimes sexuais.
Carlos Edmilson foi inocentado após 12 anos de cadeia, acusado de crimes de estupros, após exames de DNA realizados pela Superintendência da Polícia Técnico-Científica que apontaram quem foi o verdadeiro estuprador que atacou as vítimas.
Carlos Edmilson da Silva tinha 24 anos quando foi preso em 10 de março de 2012 pela Polícia Civil de Barueri. À época, o jardineiro foi apontado pela investigação como o “maníaco” que havia atacado e abusado sexualmente de dez mulheres na cidade e na vizinha Osasco.
Carlos sempre negou os crimes, que ocorreram entre 2010 e 2012. Mas foi reconhecido por foto e depois presencialmente pelas vítimas na delegacia. Acabou julgado e condenado a pena de 137 anos, 9 meses e 28 dias de prisão em regime fechado pelos estupros.
Coincidentemente, o verdadeiro estuprador das dez mulheres está preso na mesma penitenciária de Itaí, onde Carlos ficou preso por 12 anos.
O verdadeiro abusador foi identificado pelo Núcleo de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística (IC) como José Reginaldo dos Santos Neres. Um homem negro também, atualmente com 34 anos, que cumpria pena por roubos. O material genético dele foi encontrado em cinco das dez vítimas. As outras cinco vítimas não fizeram exame sexológico.
Por que foi solto 12 anos depois? Para o Tribunal de Justiça de São Paulo e o Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, chegarem a essa conclusão e revisarem e anularem as condenações contra Carlos, o Ministério Público pediu que o Instituto de Criminalística da Polícia Técnico-Científica fizesse algo que nenhuma outra autoridade havia pedido antes ao órgão: comparar o DNA das vítimas de estupro que acusavam o jardineiro com o material genético dele.
Os testes foram feitos naquelas cinco mulheres que foram a hospitais e permitiram que médicos coletassem resquícios de sêmen.
Por lei, presos condenados por crimes como estupro, homicídios, latrocínios e roubos violentos têm seu perfil genético extraído por peritos nas prisões. Se os presos aceitam, há progressão do regime fechado para outro mais brando.
Com informações: G1
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